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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Empresário diz que foi queimado com ferro por sequestradores na África

Osmar Pereira desembarcou nesta terça (1º) em Cumbica.
Ele ficou dois dias sequestrado na África do Sul. 

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O empresário Osmar Pereira, que atua no ramo de exportação de madeira, relatou nesta terça-feira (1°) que foi queimado na barriga com um ferro de passar quando era mantido em cárcere privado por sequestradores nigerianos na semana passada na África do Sul. Ele desembarcou por volta das 16h no Aeroporto Intercional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Ainda nesta terça, tem um voo para Belém, no Pará, onde mora, por volta das 21h30.
Ele disse que foi queimado como forma de pressão para que informasse a seus familiares e a diretores da empresa para a qual trabalha do sequestro, para que assim arrecadassem o valor do resgate. Além disso, Pereira contou que também foi agredido para que revelasse a senha de seus cartões de crédito.
Mas ressaltou que estes não foram os piores momentos vividos enquanto esteve sequestrado. "O pior momento foi no segundo dia. Vendo a possibilidade de que o dinheiro não iria chegar a tempo, para pagar o resgate, eles iriam me matar mesmo. Só tinha duas alternativas: o dinheiro ou a vida".
Segundo ele, a primeira pedida dos sequestradores para o pagamento do resgate foi de US$ 1 milhão. O valor do resgate, em seguida, foi reduzido para US$ 100 mil. Depois de ter sido liberado pela polícia sul-africana, o prejuízo ficou em US$ 4 mil, de acordo com o empresário. "Era o dinheiro que eu tinha levado, mais os cartões. Pelo menos voltei com o laptop e outros objetos", disse.
O empresário disse que em momento algum das negociações percebeu que se tratava de uma armação para sequestrá-lo, antes da viagem para a África do Sul. "O negócio começou com um contato com a Câmara Árabe aqui em São Paulo. Eles me deram uma relação de cerca de 20 importadores no Dubai e no Catar. Foi através daí que aconteceu tudo", afirmou. "Meu erro talvez tenha sido não buscar mais informações sobre o grupo (importador), que era de Dubai", completou.
Ele relatou que foi rendido logo depois do desembarque na África do Sul por dois nigerianos. "Eles estavam muito bem vestidos. E tudo aconteceu como tinha sido combinado. Eles tinham me dito que era o motorista que iria me pegar no aeroporto", contou. Pouco mais de uma hora depois de o sequestro ter sido anunciado, foi permitido a Osmar Pereira fazer uma primeira ligação. Foi quando ele decidiu arriscar a própria vida.
"Eu que avisei (do sequestro). Uma hora depois que eu estava lá, me permitiram fazer a primeira ligação. Nesta primeira ligação, arriscando tudo, pois não sabia se eles falavam português, falei: 'Na realidade, isso aqui é um sequestro'. Foi uma ligação que fiz para Luanda, onde a gente tem escritório. Foi aí que a polícia começou a agir rapidamente", afirmou.
Além do risco, a sorte contou a favor também, na avaliação dele. "Foi sorte também porque o pessoal da Polícia Federal daqui (do Brasil) estava lá (na África do Sul) acompanhando os preparativos para a Copa do Mundo. Juntando o conhecimento das duas polícias, eles fizeram um trabalho fantástico", elogiou.
Apesar da tensão vivida desde o início do fatídico episódio, o empresário em momento algum pensou que fosse ser morto pelos sequestradores. "Minha família é muito católica e a todo momento eu tinha Deus no coração. Pedi muito a Deus o tempo todo. Sou um testemunho vivo que foi Deus", finalizou.

 

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