Grupo de dançarinos está há um mês no país sem receber salários.
Consulado confirma que eles foram vítimas de organização criminosa.
O brasileiro Paulo Franco, líder do grupo que foi vítima de golpe na Turquia
De acordo com a artista plástica Sheila Franco, mãe do responsável pelo grupo Gafieira Brasil, Paulo Franco, o filho de 28 anos entrou em contato pela última vez na segunda para relatar à família no Rio que o grupo havia denunciado o contratante turco, após ter sofrido ameaça de morte. Os brasileiros estavam acompanhados de um representante do Consulado do Brasil em Istambul.
“Desde ontem [segunda], às 22h, estamos sem contato. Ele pediu socorro dizendo que poderiam deportá-lo. Ele é uma vítima que leva o Brasil para o mundo, tem uma ficha limpa, é um menino impecável. Nunca se envolveu com nada ilícito”, contou Sheila Franco.
Segundo a artista plástica, seu filho e os outros nove artistas viajaram no início de maio para Bodrum, na costa asiática da Turquia, onde fariam uma série de apresentações de danças brasileiras e capoeira em hotéis. O contrato de seis meses previa um salário mensal de US$ 1 mil (cerca de R$ 1.860) por artista, com até duas apresentações por dia.
Logo que chegou ao país, Paulo Franco teria entregado o contrato para ser assinado e o pedido de visto de trabalho ao diretor da empresa turca que os contratou, Önder Bayran, o que não aconteceu. Além disso, os artistas teriam sido hospedados inicialmente em condições precárias e não teriam recebido nenhuma parte dos salários.
O grupo Gafieira Brasil durante uma de suas apresentações
Organização criminosa
Em e-mail enviado a Sheila Franco, o cônsul do Brasil em Istambul, Michael Monteiro Gepp, confirmou que o grupo de artistas foi vítima de uma organização criminosa, que faz parte de uma rede internacional de tráfico de seres humanos, drogas, armas e lavagem de dinheiro.
O Itamaraty afirma que está em contato com o consulado brasileiro na capital turca e acredita que os brasileiros devem ser levados a Istambul ainda esta semana, de onde devem retornar ao Brasil, o que contraria a vontade do líder do grupo.
“Não queremos e não podemos ser deportados… Até por que estamos denunciando tudo porque queremos estar dentro da lei da Turquia e queremos que o nosso país lute por nós junto conosco. Precisamos de respaldo das autoridades brasileiras porque fomos trazidos e enrolados até hoje. Merecemos ser tratados com respeito e ter o direito de lutar pelos nossos direitos, aqui ou em qualquer lugar”, escreveu Paulo Franco em e-mail enviado à mãe na segunda.
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